sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Só Hoje > J R Teixeira

SÓ HOJE


Vi


Vivi


Apreciei


Admirei


Almejei


Acreditei


Busquei


Compreendi


Aceitei


Exaltei


Olhei


Gostei


Valorizei


Falei


Gritei


Chorei


Realizei


Voltei


Te amei


Aprendi


Que não pode ser


SÓ HOJE!


J R TEIXEIRA É  POETA ATUANTE NOS MEIOS LITERÁRIOS DE CAMPINAS. VEJA MAIS POEMAS DO AUTOR NOS  BLOGS: WWW.POEARTCAMP.BLOGSPOT.COM OU WWW.KOMEDI.COM.BR/ESCRITA

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Riachinho / Roseana Murray


As águas claras


me contam segredos


de sol, de céu, de ar


e cantam acalantos


de ninar


enquanto correm ligeiras


da montanha para o mar.

Se eu fosse Padre / Mário Quintana



Se eu fosse padre, eu, nos meus sermões,


não falaria em Deus nem no Pecado


---muito menos no Anjo Rebelado


e os encantos das suas seduções,


não citaria santos e profetas:


nada das suas  celestiais promessas


ou das suas terríveis maldições...


Se eu fosse um padre eu citaria os poetas,


Rezaria seus versos, os mais belos,


desses que desde a infância me  embalaram


e quem me dera que alguns fossem meus!


Porque a poesia purifica a alma


...e um belo poema---ainda que de Deus se aparte---


um belo poema sempre leva a Deus!

sábado, 23 de outubro de 2010

Dia da saudade > João Baptista Muniz Ribeiro (Sonetista) Presidente da Casa do Poeta de Campinas

Que farei neste dia tão tristonho,
Sozinho, sem ninguém, abandonado,
Sentindo a falta de um olhar risonho,
Que alegre e aqueça o coração gelado?


Que farei neste dia tão tristonho,
Se já não posso ter junto, ao meu lado,
Quem foi a minha vida e meu sonho,
E se perdeu nas brumas do passado?


Que farei neste dia de saudade,
Quando a tristeza esta minh'alma invade,
Numa emoção como jamais senti?


Só me resta apertar dentro do peito,
Meu coração, que se tornou defeito,
Pela saudade que me vem de ti...


Fonte: A voz da Inspiração IV  > Antologia da Casa do Poeta de Campinas pág 76

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Frieza da vida / SIDNEY NOFAL

Percebo 


a frieza da vida


O gosto sem gosto


por tudo que é posto.


À mesa sagrada


da ceia antiga...


O olhar desconfiado


da rua...


O medo presente 


de ser assaltado


Latido assustado


de um cão 


pela noite...


Que fareja o ar


uivando pr'a lua...


Uma cena emocionando


já não aparece


E o ser atual


até desconhece...


O que um dia


foi emoção...


São mulheres 


e homens vivendo


a máquina humana


mas...


sem coração.


Até o beijo


que hoje é sabor de desejo


do macho e da fêmea


Prazer mais efêmero.


Filho do chão > Sidney Nofal

Sou pobre vim da humildade


Ainda assim me sinto rico


Pois Deus me deu a felicidade


De nascer rico de espírito.


Vim da Terra feito planta


Que transforma vira pão


Sou a poeira sempre viva


Da matéria que é chão...


Por isso, muitos me pisam


E outros estendem a mão


Sou simples sem orgulho


Apenas filho do chão!

Quero Carlos Drummond de Andrade voz de Paulo Autran