sábado, 29 de outubro de 2011

Eunice R. Pontes Renovação

 RENOVAÇÃO

   "Procuro superar todos os dias minha própria
  personalidade renovada, despedaçando dentro
      de mim tudo que é velho e morto."
                                          Cora Coralina

 

 "Aprendi com as primaveras a deixar-me cortar
              e voltar sempre inteira."
                                          Cecília Meireles


    "Mude suas opiniões, sustente seus princípios;
  troque suas folhas, mantenha intacta suas raízes".
                                           Victor Hugo


Mudei meus hábitos, percorri novos trajetos, nem
sempre retos ou discretos; mudei perspectivas de vida;
mudei minha maneira de pensar e enxergar a vida;
mudei meus rumos muitas vezes pelo destino
forçada; encontrei novos e diferentes prumos.

Cantei hinos de amor, outros tantos de dor e de
louvor; nessa caminhada certamente reforçadas
ficaram minha estrutura e minha base edificada que,
devido a isso facilmente não ficam abaladas; todas
essas lutas só tornaram minha alma mais renovada.

A renovação tinha que ser uma constante, a todo instante;
para sobreviver deixei preservada a base primeira que
mesmo depois de tantas vezes ferida, recobrou-se fortalecida
para não fenecer diante das intempéries; isso era requisito
imprescindível para tornar-se na vida um vencedor.
           

                          Eunice Rodrigues de Pontes
 

 

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Fabio Renato Villela > INSONE


Insone

Insônia pelo
ar que te falta
e pelo Tempo
que tudo faz longe.

Insônia pelo frio
do leito vazio.

Insônia recheada
pela dor instalada.
Pelo choro que
sempre tarda
e nem sempre
o horror retarda.

Insônia da madrugada
e do fantasma
de minha casa
assombrada.

Insônia que me visita
e que traz o paletó
da partida e
do abandono
em cada ida.

Insônia de ficar;
e de só estar.

        Para Cristina, esposa amada.

domingo, 16 de outubro de 2011

Fabio Renato Villela > Tantos e Tantos




DOMINGO, OUTUBRO 16, 2011


Tantos e Tantos

Há tanta cama
em tua ausência,
tanta mesa
em tua impermanência.
Tanto espaço
no vão abraço
e tanto escuro
no umbral
por onde passo.

Tanto silêncio
no fone calado
e no poema
inacabado.

Tanta saudade
de que meu chamou
de metade,
e sussurou a minha
verdade.

Tanta carência
da nossa urgência,
da nossa inocência
e da nossa sacra
indecência.

Para Cristina, esposa amada.
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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Fábio Renato Villela > RÉSTIA

Réstia

A pequena réstia de luz
aos poucos vai desnudando
o pesado escuro
dos dias sem
palavras.

Lá dentro alguém
declama um Poema;
e eu sei das Mandalas
mesmo sem procurá-las.

Cá fora sinto minha
alma rebrotar.
Talvez com um
pouco de adubo,
ela saia do tubo
que, indevido, abrigou-a.

Talvez com o tempo
e mais um e outro
elemento
ela refloresça e frutique,
pois ainda há
quem me peça que fique
e que o amor multiplique.

Talvez alguma paz
chova em seu canteiro,
e o que restava da mágoa,
embarque no trem derradeiro.

Talvez,
eu volte
a ser inteiro.

                Para Cristina, esposa amada e eterna companheira
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