sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Frieza da vida / SIDNEY NOFAL

Percebo 


a frieza da vida


O gosto sem gosto


por tudo que é posto.


À mesa sagrada


da ceia antiga...


O olhar desconfiado


da rua...


O medo presente 


de ser assaltado


Latido assustado


de um cão 


pela noite...


Que fareja o ar


uivando pr'a lua...


Uma cena emocionando


já não aparece


E o ser atual


até desconhece...


O que um dia


foi emoção...


São mulheres 


e homens vivendo


a máquina humana


mas...


sem coração.


Até o beijo


que hoje é sabor de desejo


do macho e da fêmea


Prazer mais efêmero.


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