quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Antenor Rosalino > Quando eu partir...

Quando eu partir...


Um dia virá em que estarei ausente.
Por um momento apenas penumbras tristes
como um dossel a flutuar pelos ares
envolverá o teu corpo, até que o teu pensar
confrontará com a dura realidade
da ausência funesta e insólita de quem
amou-te antes mesmo e além do próprio amor!

Recordarás do passado em que o meu coração
pulsava em sintonia com os meus passos
procurando em ti razões e respostas
para um amor que me fez esquecer de mim,
para viver apenas por ti!...

A lembrança das carícias e até do ciúme
justificado por te amar tanto,
fará escorrer e transpassará as tuas vísceras,
e estarei presente em cada momento
do céu estrelado das tuas noites vazias.

Vez por outra, as mesmas palavras de amor
que incansavelmente eu proferia,
ouvirás em sussurros e lampejos,
no ritmo da brisa calma que te alisa
e sentirás os mesmos afagos segredados
na lascívia única que nunca será superada
.

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