segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Soneto de Guilherme de Almeida / Suave colheita

Foto  /  Evento na Academia Campinense de Letras, no Aniversário do Centro de Poesia e Arte de Campinas e do Poeta Guilherme de Almeida


Suave Colheita
Guilherme de Almeida

Foto Dalva Saudo
Que te entristece, coração velhinho?                                    
Olha atrás o passado: que mais queres?
Quantos sonhos e quantos malmequeres
desfolhados ao longo do caminho!

Tantas rosas colheste! E hoje sozinho,
porque estranhas o espinho em que te feres?
Como as rosas são todas as mulheres:
quem colhe a rosa também colhe o espinho...

Feliz, que te iludiste! Os teus amores,
de que andaste, insaciável, aspirando
o perfume sutil de um só minuto,

foram apenas como certas flores
que a gente colhe, de manhã, pensando
que são belas demais para dar frutos!

O soneto "Suave colheita" está na página 77 do livro "SONETOS" Guilherme de Almeida / Academia Brasileira de Letras / Imprensa Oficial

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